Quem sou eu

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Ivan Luiz de Oliveira, também conhecido como Téo, por isso Ivan Téo; nasci em Colorado-PR e resido em Maringá-PR desde 1991. Gosto da arte sem máscaras, embora isso não exista. Mas eu também gosto de coisas que existem, não se preocupe!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Freud

Eu não tenho sido nada original.
Por que é tão difícil ser
Como se quer ser?

É tão difícil admitir que se erra,
Que se purifica
Todo ser que busca purificação.


Anseios, ânsias, seios...
Anseios, ânsias, sexo...
Anseios, ânsias, seios...
Anseios, ânsias, sexo...

Hoje eu conheci um hippie
Uma figuraça!
Daquelas de dar risada levando a sério.
Um hippie punk, drunk
A leaked junk.
Os hippies parecem ser sempre sinceros
Com o mundo
Com todos nós
A simplicidade dos atos
O tesão das palavras
O agosto de Deus!

Todos vivem aquilo que merecem?
Todos vivem por acaso?
Todos gozam?
Tudo é passageiro?

Ou você se entretém
Ou você se perde
No labirinto

Ou você se ama
Ou você se mata.
Eu me reconheço em todas as pessoas
Desde os tempos mais remotos
Na minha busca por atravessar o caminho
Não há ilusão passageira
Na minha vida
Não manda qualquer besteira.

A primeira palavra nem sempre é a primeira palavra
Talvez até seja mais palavra
A palavra ainda não dita
A palavra que se teme ouvir
A palavra de dentro
A voz de cada um.

O
Pode ser palavra
I
Pode ser 

Como é que se pode reter as ideias
Como se elas fossem uma propriedade?
A vida, às vezes, é um cassino.

Ter o amor
E não saber amar
Noel

Moro numa cidade toda minha
Repleta das minhas ilusões
A cidade que me satisfaz
A cidade em que eu sou eu!

20-12-1997

Corre em minhas veias
Um tipo natural de morbidez.
Algo estranho, 
Imagino insensatez.

Tento esquecer seu dano,
Ser capaz.
Me engano,
Sou fugaz...

Eu

Sim
Sou  eu
Sou  eu  só
Sou   eu   assim
Sou  um eu distante
Mas  sou  eu  o  bastante.
Eu   sou  o  medo  que  sufoca
Sou eu na noite que me esquece
Sou  agora  o  que  não  fui   jamais
Eu  sou  a  influência  do  Ser  Imortal...
Sou   a  ausência  do  eu  que  eu  deixei
Mas sou o produto dos sonhos que plantei.
Eu sou a verdade viva embora não revelada...
Sou o acúmulo do  tudo  e  nada  que  sou
Sou  a  fumaça   dançando   no  espaço
Sou   a nudez  da  palavra  não  dita
Sou  sangue  correndo  nas  veias
Sou   vida   aflita   a   pulsar
Mas   sou   eu   ao   falar
Eu    sou    a    poeira
Sou porque  sou
Sou   assim:
Apenas
Eu.

Miragem

Dize, se tu sabes,
Pra onde vão?!
Qual o limite das nossas vontades?!

Se tão grande é o mar
E na praia adormece,
Por que, então,
Nosso puro desejo 
De viver para o amor
É ainda utopia
Que se sonha de noite 
E de dia se esquece?

Será mesmo tudo, debaixo deste sol,
Vaidade e vento que passa?
Talvez sim, talvez não,
Quem o saberia?

Vem comigo agora!
Deixemos à deriva o barco da dúvida
E subamos na carruagem do tempo
Antes que percamos a chance
De escrever uma bela página
Na nossa história...

sábado, 16 de outubro de 2010

O canto da sereia

O canto da sereia iludiu o índio
Pirapó se perdeu no ouro daqueles caracóis
Sereia se chamava Lua
Pirapó, índio da mata densa
Que migrou para a mata Atlântica
Qual rio que busca o oceano.

Pirapó se encantou ante Lua
Só que Lua, sereia romântica,
Também se encantou
Sereia mais mulher que diaba
Não quis sangue de Pirapó,
Quis seu amor!

Pirapó-de-noite-Golfinho-que-amava-Lua
Sereia-de-dia-Mulher-que-amava-Índio

Um dia, de tanto amor,
Lua e Pirapó se tornaram um só
E a Lua e o Rio
E a Noite e o Dia
E o Céu e o Mar
E todo o Universo
Irradiaram o ouro daqueles caracóis
E a pureza do amor de um índio
Que acreditou na grandeza do Oceano
E na possibilidade de que sereias
Podem amar de verdade
Sem, necessariamente, matar os os seus índios
No afã, na ansiedade.