Sob a pele...
O poema só pode dizer o cheiro da pele, não é a pele que exala o cheiro do amor. Sob a pele, não há palavra que traduza a poesia de um coração descompassado...
O poema, por mais que se queira, é incapaz de conter a verdadeira poesia. Como um amor que não cabe na palavra, a poesia não cabe num poema, nem em todos os poemas.
O amor e a poesia nunca estão ao nosso alcance. Não porque sejam ideais, mas porque impossíveis de idealizar, impossíveis de tornarem-se corpos.
Amamos por instinto, antes mesmo da palavra, dos medos. Hora sublime da poesia, que nos guia, cegos, pelos mágicos labirintos desse templo invisível...