Não sei se sei o que penso que
sei
Não sei se o que
sou é o que penso que sou deveras.
Talvez o
soubesse se procurasse a outras maneiras.
Parece-me
distante ainda isso saber
Contudo, em
nenhum instante, por essa dúvida,
Deixar-me-ei
vencer.
Quero descobrir
o prazer.
Não o de
momentos
Mas o de viver
Sem tormentos,
sem sofrer...
Se as aparências
enganam
E as minhas são
assim, pobre de mim,
Aparentemente
enganado.
Quanto não me
amam!
Quanto não
demonstram a mim!
Nada vejo ou
reconheço.
Insipiente,
ofuscado.
Só sei saber ser
como agora,
Com o toque em
meu coração da tristeza
Que não mais
fere como de outrora
Mas incita-me a
desvendar os mistérios
Do amor e da
natureza...